A Ansiedade e o Impacto na Organização Pessoal

A Ansiedade e o Impacto na Organização Pessoal

Imagine a seguinte situação: uma mulher, a quem chamaremos Ana, tem um excelente emprego e uma vida repleta de compromissos. Contudo, nos últimos tempos, sente-se cada vez mais sobrecarregada. As tarefas parecem surgir todas ao mesmo tempo — em casa, no trabalho, em qualquer momento livre. Apesar de se esforçar, não consegue cumprir tudo o que se propõe, acumulando frustrações e sentimentos de falha. Chega um momento em que entra em colapso emocional: chora, sente-se insegura, nervosa, com palpitações e a sensação de que tudo está a desmoronar.

Percebe que este mal-estar começa a afetar as suas relações, sente-se mais séria, agressiva e desmotivada. Este retrato, embora fictício, é uma realidade vivida por muitas pessoas. Será que alguém poderia ajudá-la? Deveria tratar primeiro os sintomas de ansiedade ou a desorganização?

A verdade é que muitos procuram ajuda psicológica quando já se encontram em estado de exaustão. Na consulta, após a entrevista clínica e as avaliações, frequentemente identificamos níveis elevados de ansiedade aliados à ausência de estratégias eficazes de organização. O problema não está apenas na quantidade de tarefas, mas na forma como se gerem.

Então, o que fazer?

Mais do que organizar: é preciso aprender a enfrentar

É essencial dotar a pessoa de ferramentas para lidar com o stress e recuperar o controlo sobre a sua vida. Para isso, é fundamental o uso de duas abordagens complementares: as Estratégias de Afrontamento Combativo e as Estratégias de Afrontamento Preventivo.

Afrontamento Combativo

São estratégias que respondem diretamente a situações de stress já instaladas. Por exemplo: sentir-se perdida no meio do caos diário. Aqui, é necessário reduzir a sobrecarga e implementar métodos práticos, como:

  • Técnicas de gestão do tempo;
  • Organização de tarefas com a Matriz de Eisenhower (priorizar o que é urgente vs. importante);
  • Desenvolvimento de hábitos de estruturação e rotina.

Mas esta é apenas uma parte do processo. É também fundamental explorar o que está por detrás da ansiedade — as crenças, os medos, os padrões de pensamento.

Afrontamento Preventivo

Estas estratégias focam-se em evitar que o stress surja ou, pelo menos, reduzir o seu impacto. Trata-se de preparar a mente para antecipar e lidar com desafios antes que se tornem crises. Exemplos:

  • Prevenir o excesso de compromissos;
  • Criar margens de tempo realistas entre tarefas;
  • Desenvolver resiliência emocional.

Locus de Controlo: quem comanda a sua vida?

Um conceito-chave aqui é o Locus de Controlo. Quando sentimos que temos influência direta sobre a nossa vida (locus interno), é mais provável que ajamos com confiança. Mas, se acreditamos que tudo depende de fatores externos (locus externo), sentimo-nos impotentes e ansiosos. Trabalhar esta perceção é crucial para recuperar o poder pessoal e a autonomia.

Procrastinação: a armadilha silenciosa

Outro obstáculo comum é a procrastinação. Porquê adiar tarefas importantes? As razões podem ser diversas:

  • Medo de falhar;
  • Falta de competências ou clareza;
  • Baixa autoestima ou bloqueios criativos;
  • Expectativas pouco realistas.

A procrastinação alimenta a ansiedade e cria um ciclo difícil de quebrar. Mas com apoio psicológico, é possível aprender a identificá-la e a combatê-la.

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Conclusão: Dá o primeiro passo

A ansiedade não é apenas um problema emocional — pode comprometer a sua saúde, relações e qualidade de vida. Felizmente, com as ferramentas certas, é possível recuperar o controlo, criar uma rotina funcional e, sobretudo, sentir-se capaz e em paz.

Confie em si. Organize-se. Viva com leveza.

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Palavras-chave:

  • Afrontamento combativo
  • Afrontamento preventivo
  • Locus de controlo
  • Gestão do tempo
  • Procrastinação
  • Ansiedade

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