Como arranjar emprego? Pense na melhor estratégia
Estamos a viver um momento único na história da Humanidade, em que é necessário pensar de forma estratégica para conseguir arranjar um emprego. O desenvolvimento acelerado da tecnologia, as mudanças no mercado laboral e a pandemia puseram em causa, pelo menos para já, a estrutura económica e social, afetando a vida pessoal, familiar e profissional.
Se existe um grande desafio para todos nós, neste momento histórico, é ter emprego ou trabalho. Na crise económica de 2008, o mercado laboral mudou e pôs em causa os postos de trabalhos, pois as empresas tiveram de reduzir o pessoal, sendo que muitas delas viram-se na necessidade de fechar portas.
Desde então, o mercado laboral deu uma reviravolta que fez com que muitas pessoas não tivessem outra opção senão a de empreender. Vários países apostaram no empreendedorismo e ofereceram apoio para as pessoas se formarem e desenvolverem competências para criar o seu próprio negócio.
Ora bem, se nos últimos cinco anos estávamos a assistir a uma evolução positiva no mercado laboral, a atual geração ficou com o receio de que, em pouco tempo, uma segunda crise pudesse voltar a afetar negativamente. No entanto, não estávamos à espera que uma pandemia como a da COVID-19 afetasse tudo, como o está a fazer. Por um lado, cobra-se a vida de familiares e amigos e, pelo outro lado, ficamos à porta (se é que já não estamos) de outra crise económica.
Mudanças no mercado laboral
A pandemia veio mudar, assim, o panorama e acelerar as mudanças no mercado do trabalho, que apenas se estimavam acontecer nos próximos 5 a 10 anos. Essas mudanças são:
- Teletrabalho;
- Reforço de trabalhos à comissão;
- Aumento da desigualdade.
As consequências que a pandemia traz não são iguais para todos. Só para dar um exemplo, a realidade do confinamento é bem diferente para as famílias numerosas, tornando-se difícil realizar o teletrabalho em condições.
Deste modo, a saúde mental é a primeira a ser afetada. Apesar do panorama parecer negro, existe sempre a possibilidade de analisar a parte positiva. Sim, a responsabilidade do nosso percurso profissional é apenas de cada um e de mais ninguém.
Como arranjar emprego durante a pandemia?
Por isso, a gestão de carreira revela-se como uma estratégia essencial na hora de definir objetivos profissionais e o plano a seguir. Quando alguém termina o ensino secundário, o normal era ir ao psicólogo e realizar testes para ficar a saber mais sobre a sua orientação profissional. Mas, lá está, as provas apenas informam sobre os seus interesses profissionais e não sobre o seu sucesso do seu percurso profissional.
Os resultados dos testes psicológicos estão relacionados com o prognóstico da seleção da sua carreira, persistência e satisfação laboral, mas o sucesso no trabalho está relacionado com a sua capacidade e não com os seus interesses.
Por outras palavras, os testes podem ajudá-lo a identificar que tipos de trabalhos não gostaria de realizar e quais aqueles que tem maior inclinação para realizar. O seu desempenho já depende da sua capacidade para o fazer e este deve ser desenvolvido ao longo do tempo. E é aqui que a gestão de carreira se revela uma estratégia essencial para realizar um adequado percurso profissional, para se manter empregável e estar atualizado constantemente.
Uma das crenças que deve mudar é “que o mesmo emprego é para toda a vida”. Pois essa realidade existe cada vez menos. A sua estratégia de gestão de carreira deve ser personalizada, porque irá em direção aos seus objetivos e não aos objetivos dos seus colegas, amigos ou familiares. Inclusive, tendo a mesma profissão e trabalhando na mesma entidade, os objetivos profissionais são únicos.
O que é a gestão de carreira?
A gestão de carreira é uma estratégia para realizar uma abordagem personalizada dos objetivos da sua carreira. Assim, a estratégia da gestão de carreira sustenta-se na adaptação e no planeamento.
Deve ser adaptativa, conforme as mudanças e tendências do mercado do trabalho, e deve ser planeada de forma a definir os passos a seguir para atuar de forma assertiva e com critério.
O benefício da gestão da carreira é procurar um equilíbrio da sua vida profissional e pessoal, o qual é cada vez mais valorizado e desejado pelos benefícios na sua saúde mental.
Por onde começar?
Deve começar por si! Então, deve saber o que sabe fazer ou pelo menos o que não gosta fazer. Talvez seja a parte mais difícil de todo o processo para gerir a sua carreira profissional. Não fique aflito, pois não acontece só a si, infelizmente é mais comum do que pode achar.
O sistema educativo, por um lado, tem muitos bons aspetos, mas, por outro lado, impede o desenvolvimento dos talentos únicos de cada indivíduo. Como resultado, perdemos a noção daquilo que mais gostamos e/ou sabemos fazer.
Pode fazer testes psicológicos para saber os seus interesses profissionais. Mas outra forma de saber é recordar o que gostava de fazer quando era criança, ou seja, quais eram os seus sonhos. Parece tonto, mas não é. Na realidade, as crianças são seres intuitivas e sabem bem o que gostam e o que não gostam. Por isso, tente identificar ou recordar o que mais desfrutava fazer e aí encontrará a resposta para se poder adaptar ao mercado de trabalho.
Alinhado a isto, deve informar-se sobre as tendências no mercado de trabalho. Assim, poderá ser criativo e adaptar o que sabe com o que é preciso, ou seja, com as necessidades laborais.
E agora?
Agora é definir a sua Proposta de Valor. A proposta de valor vai permitir dar significado ao que vai realizar. Pois só com o seu próprio significado fará sentido fazer ou entregar algo.
Por exemplo, dedicar-se a ser assistente social de idosos faz sentido para si porque considera que dar apoio aos idosos é uma forma de transformar e melhorar o mundo. Fazer design gráfico pode ser a sua preferência, porque através dele o mundo fica mais harmonioso. Ou, por exemplo, opte por ser psicólogo, porque permite oferecer várias alternativas às pessoas para não desistirem de si próprias. E por aí fora, cada um terá um motivo pelo qual faz o que faz.
Para realizar a sua Proposta de Valor responda as seguintes perguntas:
• Porque é que se quer dedicar a esse trabalho? Porque é que faz sentido para si?
• A quem está a dar resposta? Quem beneficiaria de si? Onde se beneficiariam?
• O que consegue oferecer?
Se consegue dar resposta a estas perguntas, com certeza terá conseguido encontrar a sua proposta de valor.
E você porque faz o que faz?
Por vezes, é preferível ter o apoio e conselho profissional de um psicólogo durante o processo de procura de trabalho. Entre em contacto comigo, para consultas online ou presenciais na Maia, Porto ou Santa Maria da Feira.
Bibliografia
Aiken, L. (2003). Testes Psicológicos e Evaluación. México: Prentice Hall